Israel bombardeia Gaza e deixa 123 mortos em 24 horas
Gabriel Anjos | Redação RedeTV!Representante do Hamas afirmou que o grupo está disposto a conversar sobre um possível cessar-fogo
(Foto: Reprodução/Redes sociais)
Nesta quarta-feira (13), as Forças Armadas de Israel bombardearam a Cidade de Gaza, antes de uma ofensiva planejada, resultando na morte de 123 pessoas nas últimas 24 horas, segundo o Ministério da Saúde local. Paralelamente, representantes do Hamas mantêm negociações com mediadores egípcios.
O número de mortes registrado nesse período é o mais alto em uma semana e eleva o total de vítimas do conflito, que já dura quase dois anos e devastou o enclave onde vivem mais de 2 milhões de palestinos.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reiterou sua posição, apoiada pelo então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que os palestinos deveriam deixar a região.
“Eles não estão sendo expulsos, terão permissão para sair”, afirmou Netanyahu à emissora israelense i24NEWS. “Todos aqueles que se preocupam com os palestinos e dizem que querem ajudá-los deveriam abrir seus portões e parar de nos dar sermões”, acrescentou.
A proposta de deslocar a população de Gaza preocupa líderes árabes e autoridades internacionais, que veem a medida como uma possível repetição da “Nakba” (catástrofe), quando centenas de milhares de palestinos fugiram ou foram forçados a sair durante a guerra de 1948.
A retomada da Cidade de Gaza por Israel, ocupada nos primeiros dias do conflito e posteriormente abandonada, deve ocorrer em semanas, segundo autoridades. Isso mantém a possibilidade de um cessar-fogo, embora as negociações ainda não apresentem avanços significativos.
Moradores relataram intensos ataques aéreos e de tanques israelenses no leste da Cidade de Gaza, com a destruição de diversas casas nos bairros de Zeitoun e Shejaia durante a noite. O Hospital Al-Ahli informou que 12 pessoas morreram após um bombardeio atingir uma residência em Zeitoun.
No sul do território, tanques israelenses destruíram casas no leste de Khan Younis. Já no centro, disparos mataram nove pessoas que buscavam ajuda, segundo médicos palestinos. Os militares de Israel não comentaram o assunto.
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, oito pessoas, entre elas três crianças, morreram de fome e desnutrição nas últimas 24 horas, elevando para 235 o total de vítimas por essas causas desde o início da guerra, incluindo 106 crianças. Israel contesta esses números.
No Cairo, o negociador-chefe do Hamas, Khalil Al-Hayya, reuniu-se com autoridades egípcias para discutir formas de encerrar o conflito, permitir a entrada de ajuda e “acabar com o sofrimento do povo em Gaza”, segundo o representante do grupo, Taher al-Nono.
Fontes de segurança egípcias afirmaram que as conversas incluem a possibilidade de um cessar-fogo abrangente, com o Hamas renunciando ao controle de Gaza e entregando suas armas.
Uma fonte do Hamas, que pediu para não ser identificada, disse à Reuters que o grupo está aberto a discutir qualquer proposta, desde que Israel encerre a guerra e retire suas tropas. No entanto, afirmou que “é impossível depor as armas antes que a ocupação seja retirada”.
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